Este blog será o espaço virtual de registro do Encontros de Biologia, organizados pelo Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFTM. As postagens identificam a edição do evento, e há postagens de Fronteira, entre um evento e outro.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Trilhando o passado, reconstruindo a vida: Desafios e Respostas da Paleontologia

Nesta Palestra o Professor Douglas Riff da Universidade Federal de Uberlândia-UFU traça o histórico da paleontologia na humanidade desde os tempos mais remotos até nos dias atuais nos quais tecnologias muito sofisticadas etão sendo usadas para o estudo dos fósseis e das áreas que com eles estão relacionados.Para isso inicia a palestra relatando que já na Grécia antiga os cidadãos talvez já tivessem contato com os fósseis de alguns animais mesmo sem saber o que eram e o que representavam estes achados.

Na verdade estes fósseis eram interpretados como sendo monstros ou semelhantes que atualmente reconhecemos como os mitos, um exemplo é o sicópe.Na Mongólia/China na rota da seda também era reconhecido uma lenda do Grifo, o que atualmente acredita-se que surgiu devido à achados fosseis de Protoceracopus. A semelhança entre os dois pode ser analisada na imagem abaixo:

Semelhança que possivelmente foi responsável pelas lendas do Grifo!

Na Amazônia fósseis de preguiça gigante eram reconhecidos como um suposto montro, que amedrontava a população.O estabelecimento da Paleontologia como uma ciência só teve início por volta do século 17, quando relataram a origem orgânica dos fósseis e assim segui-se descobertas posteriores que ajudaram a entender a Paleontologia como ela é hoje.   Alguns exemplos são James Huton que trabalhou com o conceito de tempo profundo reconhecendo que os fósseis eram estruturas bem mais antigas do que acreditavam na época, colaborando para o estabelecimento da Paleontologia e Geologia como Ciências; Leonardo da Vinci foi precursor do conceito de Tafonômia através de achados de fósseis marinhos nos alpes italianos; George Curvier enriqueceu os conecimentos já existentes com estudos de anatômia comparada; Richard Ousen reuniu animais que já haviam sido descritos por outros cientistas em um grupo denominado dinossauria, termo usado até os dias atuais, isto foi realizado através de estudos nos quais ele identificou características semelhantes entre todos estes indivíduos.

Após está contextualização a palestra percorreu pela Paleontologia que conhecemos atualmente e demostrou os novos recursos que estão sendo usados para os estudos Paleontológicos.

Com o início dos estudos de comportamento dos animais já extintos através de seus vestígios como as pegadas novos paralélos começaram a ser traçados. Conhecimentos que não podem ser inferidos através dos esqueletos fósseis podem ser analisados, como a formação de comunidades gregárias e manadas.

Outro grande auxiliador neste processo foi as próprias descobertas gloriosas na área, achados que permitiam verificar uma imensa quantidade de detalhes que com a ajuda da tecnologia computacional deram vida aos fosseis. A junção dos achado e da tecnologia permite a reconstrução de animais, de ambientes e até de movimentos. Uma dessas tecnologias é a Tomografia computadorizada, que não surgiu com este objetivo mas que está sendo muito bem usada para o estudo dos fósseis, uma técnica não invasiva que preserva o fóssil em estudo. Com ela é possível realizar reconstituições e traçar proporções entre tamanho e idade dos animais.


Uma outra tecnologia que auxilia os estudos é o uso de Luz Sincontran que revela diferentes minerais presentes no fóssil e até outros compostos orgânicos.

Os avanços na sistemática, permitidos pelos processos já descritos, auxilam na classificação não só dos animais fósseis mas dos próprios organismos viventes.Estes estudos já eram realizados mesmo no século 19. Thomas Huxley já predizia em 1868 que as aves podiam ser um grupo com origem dos grupos repteis Dinossauria. O que pode ter evidencias concretas em 1869 com um achado de uma dinoave. Usar somente organismos vivos para entender as relações atuais é muito complicado, já que 99% da diversidade de já produzida em nosso planeta já se tornaram fósseis. Além de que há uma imensa combinação de características perdidas que só serão recuperas através dos estudos dos fósseis. 

Já encerrando a palestra é apresentado a importância dos estudos interdisciplinares (que envolvem geologia, paleontologia, ecologia, recursos tecnológicos e outras áreas) para que as informações coletadas sejam usadas de forma precisa e que nenhuma seja perdida. Apesar dos avanços tecnológicos nada substitui um fóssil bem preservado e bem coletado.  

Além disso ele expõe a importância dos pesquisadores e orgãos de pesquisa se envolverem com as comunidades locais, evitando assim perda de materiais que sabemos que podem ser vendidos ou mesmo guardados em coleções particulares o que dificulta o trabalho dos pesquisadores. 

Contato: 

driff2@gmail.com
drif@inbio.ufu.br


Excelente Palestra!!!! 

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